O palco: a casa é limpa, a mobília disposta em uma ordem mais conveniente, consideração é dada aos pratos e copos, a atenção é dirigida à completa satisfação dos convidados: somente as melhores comidas e bebidas devem ser servidas e o suprimento tem que ser ininterrupto e abundante. A música precisa ser cuidadosamente escolhida e alguém tem que estar encarregado dela. Pelo menos até a hora prescrita para a festa terminar. Pois a festa precisa terminar. O fim é tão parte de uma festa como é parte de todas as coisas.
A peça: é sempre a mesma trama com pequenas variações. Os convidados chegam, todos bem vestidos e adequados. Boas maneiras e uma certa reserva podem ser observadas em todos. A medida que a noite avança, no entanto, o verniz social é vagarosamente removido pelo álcool e todo tipo de sub-tramas se desenvolvem. Nada fora do absolutamente esperado, notem vocês, sempre haverá os felizes e os tristes, os barulhentos e os quietos, os que rejeitam e os que são rejeitados, os que apenas observam, observando, os que estão lá apenas para serem vistos, apenas sendo vistos e, é claro, os que estão apaixonados e os que estão sem amor, pois de outra forma não seria uma festa digna do nome.
O fim: o fim é uma pilha de pratos sujos, comidas deixadas pela metade, garrafas vazias e cinzeiros cheios, pedaços e cacos de histórias ainda pairando no ar enfumaçado e um ou outro convidado vagando e se perguntando onde tudo foi parar.
Ao anfitrião é permitida apenas uma pequena lágrima, mas somente quando as portas estiverem fechadas, as luzes principais apagadas e não houver nenhuma testemunha.