01/01/2008

24 Horas


Estão todos sentados em semicírculo como velhos índios ou velhos guerreiros.
Todos guardam silêncio, mas não é qualquer silêncio, é um silêncio denso como só se encontra entre velhos guerreiros veteranos. Gente que aprendeu a esperar sua hora.
Aos poucos, cada um por sua vez, começam a falar. Cada um com seu som particular, toma a palavra e conta um pouco das suas histórias de batalha, a história da cicatriz que doeu naquele dia.
E assim vão: graves e ridículos, aos prantos e as gargalhadas, com raiva e com medo, partilhando caminhos, jogando no círculo comum os despojos de guerra.
Ninguém sabe, mas eles são os sábios da tribo em assembléia secreta .
Anônimos, como são e devem ser os guerreiros, eles lutam as lutas da tribo e por ela, derrotam seus demônios.
Eles são a Guarda Pretoriana, são Os Trezentos de Esparta, e como eles, lutam a sombra.
Lá fora anoitece, e alheios a guerra em sua volta, os cidadãos comuns da tribo suspiram, e por mais vinte e quatro horas, podem dormir em paz.